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A influência dos aparelhos eletrônicos no sono das crianças e adolescentes

Atualizado: 1 de abr. de 2022

Pesquisa demonstra a importância da limitação do uso de celulares, tablets e notebooks para crianças durante a noite: o brilho emitido pela tela desses aparelhos pode diminuir os níveis de melatonina, hormônio atuante no sono.


Uma criança brincando com smartphone
A maioria das crianças já possuem seus próprios smartphones desde muito cedo.

Investigadores descobriram que o efeito foi mais acentuado em crianças no início da puberdade, com seus níveis de melatonina noturna suprimidos em até 37% em alguns casos.


Baseado em estudos que sugeriram que 96% dos adolescentes usam pelo menos um dispositivo tecnológico logo antes de ir para a cama, Mary Carskadon, professora de psiquiatria e comportamento humano na Brown University’s Alpert Medical School – Providence, R.I., sugere aos pais:


“Nós realmente devemos ter cuidados para proteger nossos jovens adolescentes da luz durante a noite, o que significa que pais devem tirar todas as telas de seus quartos, já que elas podem causar danos significativos à capacidade das crianças de dormir plenamente”.


Criança prestes a dormir

Puberdade e mudanças nos hábitos de sono caminham lado a lado, na medida em que crianças em desenvolvimento começam a ter horas mais tardias para adormecer, dizem os autores do estudo.


Até certo grau, a mudança é provavelmente engatilhada por diversos fatores sociais, incluindo o afrouxamento das restrições paternas, influências dos amigos e as mídias.


Mas os cientistas acreditam que fatores biológicos também são atuantes, na medida em que o relógio interno do jovem começa a mudar.






No centro dessas mudanças está a sensibilidade à luz, diz Mary, que também é diretora do Laboratório de Pesquisas do Sono e Cronobiologia no Hospital E.P. Bradley.


Seu time teorizou que a puberdade aumenta a sensibilidade da criança à luz durante a noite, o que faz com que os níveis de melatonina permaneçam baixos e atrasem o sono.


Porém, além das causas naturais, os pesquisadores também suspeitam que esse processo pode ser maximizado em crianças sensíveis à luz pela exposição ao brilho emitido pelas tecnologias modernas.

 
 

Os autores do estudo focaram em 38 crianças entre as idades de 9 a 15 anos (início da puberdade), junto com 29 meninos e meninas entre as idades de 11 a 16 anos (final da puberdade).


Duas crianças brincam em seus celulares smartphones
Companheiro inseparável das crianças, o smartphone está presente em todo momento, inclusive na hora de dormir.

Durante 4 noites, todos foram expostos a uma hora de luz, com quatro níveis de claridade diferentes. Essa claridade variou desde uma cálida luz de ambientação, até algo semelhante às luzes de farmácias e mercados. Tal exposição ocorreu às 11 horas da noite ou às 3 da madrugada.


O resultado: Enquanto os níveis de melatonina permaneceram uniformes durante testes de luz ao amanhecer, os testes de luz realizados durante tarde da noite causaram uma imensa supressão de melatonina entre meninos e meninas no início da puberdade.


Nesse grupo, as luzes cálidas causaram a supressão de mais de 9% da melatonina, enquanto luzes de médio brilho, que comumente utilizamos para iluminação dos cômodos, suprimiram 26%, e luzes fortes provocaram uma queda de 37%. De modo geral, adolescentes mais velhos tiveram quedas muito menores de melatonina.


No entanto, o estudo não logrou provar que a exposição à luz de alta intensidade antes da hora de dormir prejudicou de modo cabal o sono dos adolescentes.


Mãe e filhos brincam em aparelho eletrônico

Mary diz que não foi possível afirmar que a pesquisa encontrou, em seus testes, o que se pode chamar de distúrbio do sono.


No entanto, foi possível provar que crianças mais novas expostas à luz durante a hora de dormir tiveram sua produção de melatonina prejudicada, suprimindo seus níveis, o que pode fazer com que seu ritmo de sono seja afetado de modo a impelir crianças a ficarem acordadas até mais tarde, o que é algo prejudicial para seu crescimento.


O Doutor Jim Pagel, diretor do Rocky Montain Sleep, em Pueblo, Colorado, diz não ter ficado surpreso com os resultados da pesquisa, anuindo com a conclusão de Mary Carskadon:


"Na época da puberdade, o ciclo circadiano é extremamente instável e muito sensível à luz, o que corrobora com os achados da pesquisa".

Tal opinião foi secundada por Kelly Baron, diretora do Programa de Medicina Comportamental do Sono no Universidade do Noroeste de Chicago, Feinberg School of Medicine. Segundo ela, o estudo não testou como a luz afeta o sono em si, mas achou um problema no caminho do sono devido à supressão da melatonina.


“Ao mesmo tempo, outros estudos têm sido consistentes ao apontar que aparelhos eletrônicos em nosso quarto são prejudiciais ao sono, tanto dos pais quanto das crianças, o que deveria nos levar a pensar em modos para limitar nossa exposição aos eletrônicos e luzes em geral antes de irmos deitar.”, aponta Kelly.


Criança dormindo em sono agitado

Os resultados dos estudos foram publicados no Jornal de Endocrinologia e Metabolismo Clínicos.


(Tradução da matéria de Alan Mozes, publicada em 3 de setembro de 2015 no https://www.healthday.com/. A matéria original pode ser encontrada aqui: https://health.usnews.com/health-news/articles/2015/09/02/light-from-smartphones-tablets-may-lower-sleep-hormone-in-kids)

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