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O que preciso saber ao comprar um Colchão de Espuma?

Atualizado: 29 de mar. de 2022

Muito populares no Brasil, os Colchões de Espuma costumam ser uma opção barata para mobiliar seu quarto: por apresentarem composição mais simples que os Colchões de Mola, necessitam de menos materiais para sua feitura, o que diminui consideravelmente seu valor no mercado.

Diferentes colchões de espuma de poliuretano flexível
Fonte: https://www.sleepfoundation.org/mattress-sizes

Ao contrário dos Colchões de Mola, com maior valor agregado por incluir diversas Tecnologias do Sono na fabricação de seus vários elementos (tampo, camadas de conforto, molas, acabamento e estrutura), a fabricação dos Colchões de Espuma envolve um procedimento bem mais modesto.


Em sua fabricação, diversos compostos químicos são misturados com água e dispostos em um molde, formando um creme que se expande rapidamente. Esse creme expandido, depois de passar por um processo de cura de cerca de 24h, transforma-se na espuma que é utilizada como matéria-prima na construção de colchões, estofados, cadeiras, etc.


Essa “espuma”, comumente utilizada na fabricação desses produtos, tem o nome de Poliuretano Flexível.


A Espuma de Poliuretano Flexível


A Espuma de Poliuretano Flexível se diferencia da espuma comum por sua resistência à fadiga, à degradação e ao rasgamento, além de proporcionar ótimo acolchoamento, elasticidade e conforto.


Outra grande vantagem é que pode ser desenvolvido com diferentes densidades e resiliências, para atender às diferentes necessidades de estrutura e conforto dos consumidores.


Diferentes espumas de poliuretano flexível, com diferentes cores e densidades
Fonte: https://atlasespumas.com.br/atasuport

Essa versatilidade permite que a Espuma de Poliuretano Flexível também sirva para compor as camadas de conforto de alguns Colchões de Mola.


Apesar de sua produção na indústria colchoeira ser relativamente simples, existem diversos materiais mais baratos que o Poliuretano Flexível.


Por isso, é muito comum encontrar no mercado brasileiro colchões que se dizem de espuma, mas que contém variados outros materiais misturados em sua composição, desde madeira (como MDF), isopor (também chamado de EPS), serragem e outras espumas de menor qualidade que o Poliuretano.


Como veremos, esses colchões e suas matérias-primas de péssima qualidade podem prejudicar a saúde do usuário, além de o induzirem a comprar "gato por lebre", o que levou os Órgãos de Regulação a intervirem na sua comercialização para proteger o consumidor.


A Portaria n° 35 do INMETRO


Esses materiais, que numa primeira prova aparentam cumprir a mesma função do Poliuretano, costumam degradar com pouquíssimo tempo de uso, prejudicando a durabilidade do Colchão.


Também apresentam riscos para a saúde do usuário, já que sua estrutura deforma rapidamente e de forma desigual, podendo causar danos à coluna vertebral, além de certamente piorar a qualidade do sono do consumidor.


A mão de alguém pressionando um colchão, demonstrando seu conforto e toque macio
Fonte: https://www.usatoday.com/story/tech/reviewedcom/2019/02/13/best-mattresses-box-2019/2847482002/

Tal prática é tão comum no mercado brasileiro que o INMETRO, órgão de regulação da qualidade e da segurança de produtos e serviços no Brasil, promulgou a Portaria n° 35, de 5 de fevereiro de 2021, que atualiza os regulamentos até então vigentes para aprovar o Regulamento Técnico da Qualidade e os Requisitos de Avaliação da Conformidade para Colchões e Colchonetes de Espuma Flexível de Poliuretano.


O principal objetivo da portaria é impedir que colchões ditos de espuma contenham menos de 70% de Espuma Flexível de Poliuretano em sua composição, além de determinar que conste, na etiqueta do produto, de modo visível e facilmente compreensível, definição clara dos outros tipos de materiais que podem estar presentes na composição do colchão.


Com essas determinações, a compra de Colchões de Espuma se torna muito mais segura e honesta, já que permitem ao consumidor saber exatamente o que está comprando.

 
 

As características necessárias ao Colchão de Espuma Flexível de Poliuretano


De acordo com o Artigo 2° da Portaria, todo colchão identificado como de “Espuma” deve ser constituído majoritariamente por Espuma Flexível de Poliuretano – de 70 a 100%.

Um típico colchão de espuma
Todo Colchão de Espuma deve conter de 70 a 100% de Espuma Flexível de Poliuretano em sua composição

Os outros 30% da composição, cujos materiais devem obrigatoriamente estar dispostos na face utilizável do colchão ou colchonete, necessitam ser constituídos por qualquer material flexível com indentação de no máximo 200N, a 40% de compressão.


A indentação é uma das formas de medir o suporte de carga da espuma e é um dos parâmetros a serem avaliados para garantir que a espuma produzida pelo fabricante tenha o suporte especificado como seu respectivo padrão.


Uma máquina de testes da indentação do colchão
Fonte: http://portuguese.qc-test.com/sale-8564825-mattress-rolling-test-compression-hardness-testing-machine-0-300-mm-adjustable-impact-height.html

Sua característica principal, a dureza, é computada em Newtons, e sua medição ocorre por meio de máquinas que simulam a compressão rotineira feita por uma pessoa num determinado período de tempo.


Isso permite constatar a deformação do material e seu respectivo suporte de carga.


Esse teste, feito conforme a Norma NBR 9176, determina a capacidade de peso que a espuma suporta sem deformar permanentemente.


Além disso, a Portaria n° 35:

  • Define as densidades mínimas para os diferentes tipos de colchões;

  • Proíbe o uso de adesivos à base de solventes aromáticos na colagem dos colchões;

  • Proíbe a utilização de substâncias que exalem odores nocivos à saúde do consumidor;

  • Impede que colchões que não contenham um mínimo de 70% de látex sejam chamados de Colchão de Látex.

Todos os fabricantes e lojas que fabricam, importam, distribuem e comercializam Colchões de Espuma no Brasil devem se adequar a essas regras para estarem de acordo com a lei; não cumpri-las enseja as penalidades previstas na Lei n° 9.933 de 1999, inclusive multa, que poderá variar de R$ 100,00 até R$ 1.500.000,00.


Informativo demonstrando as penas para quem não obedecer a Resolução da INMETRO
Fique atento! Aqueles que não obedecerem a Portaria n° 35 estão sujeitos à multa e demais penalidades da lei

Fique atento ao comprar seu Colchão de Espuma!


O prazo para adequação dos fabricantes nacionais e importadores já passou em 13 de fevereiro de 2021 - desde então, não é permitido ao fabricante ou ao importador que chame de Colchão de Espuma qualquer colchão que não obedeça às normas dartaria n° 35.


o prazo para adequação dos estabelecimentos que exercem atividade de distribuição ou de comércio de colchões expirou em 13 de agosto de 2021, e desde essa data fica proibido o comércio de Colchões de Espuma que não contenham ao menos 70% de Poliuretano Flexível em sua composição, além de identificar em sua etiqueta e exata composição do produto.


Desde então, todos os colchões e colchonetes de Espuma Flexível de Poliuretano, fabricados, importados, distribuídos e comercializados em território nacional, devem ser submetidos, compulsoriamente, à avaliação da conformidade, por meio de mecanismo de certificação que conferirá ao produto o Selo de Identificação da Conformidade da INMETRO, garantindo sua qualidade.


Por isso, quando for adquirir um Colchão de Espuma, fique atento à sua certificação.


Procure o Selo de Identificação da Conformidade da INMETRO, que garante que sua fabricação cumpriu os critérios mínimos de qualidade para ser comercializado no Brasil.


Diversos selos de identificação da conformidade do INMETRO
Fonte: https://www.promtec.com.br/selos-de-identificacao-da-conformidade-do-inmetro/

Também, não deixe de checar sua etiqueta para identificar os materiais da sua composição e ter a certeza de estar comprando um legítimo Colchão de Espuma Flexível de Poliuretano.


Seu sono e sua saúde agradecem!



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